segunda-feira, 7 de julho de 2014

A Regata


  A REGATA entre uma equipa de remadores japonesa e outra portuguesa realizada em 1994 terminou com os nipónicos a cortarem a meta com uma hora de avanço. No rescaldo concluiu-se que a única diferença  palpável entre as duas equipas residia na sua constituição. 

Enquanto os japoneses tinham dez remadores e um chefe, os portugueses tinham dez chefes e um remador. A situação foi devidamente corrigida em 1995 e a equipa lusa passou a exibir um chefe de serviços, dois assessores da administração, sete chefes de secção e um remador. Mas, o desastre foi ainda maior, com o atraso a cifrar-se em duas horas. 

O rigoroso inquérito instaurado resultou num voto de desconfiança ao remador
e no estabelecimento de uma nova estratégia. Em 1996, a equipa passou a ser composta por um chefe de serviço, três chefes de secção, dois auditores e quatro administradores não executivos. 

Resultado: o atraso cifrou-se em quatro horas. O remador foi, de imediato, alvo de um processo disciplinar, vendo anulados todos os seus direitos e incentivos. Para 1997, terá, mesmo, apenas um contrato a prazo, depois de se verificar que após o 25º quilómetro tem demonstrado algum desinteresse e até uma certa indiferença até cruzar a linha de chegada. 

Os factos em apreço levaram a administração a concluir, sem sombra de dúvida, que o remador é incompetente. 

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